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Relato de sonho

Momento 1: momento “eu visionário”.  Relato da visão. O que vi?

Se eu tivesse esta voz de ouro do Ney Matogrosso não estaria comendo o pão que o diabo amassou. 
Refificação: A melhor coisa deixada pelo spin deus foi a possibilidade de retificação. Acabei de cometer um erro ao querer ter a voz do Ney.Cada um com seu dom. Se não tenho o dom de cantar, tenho o dom da escrita que, por sinal, não valorizo e por isso escrevo assim, falando coisa com coisa, ou seja, incoerente. Sinto-me bem assim e pronto.

Relato de sonho desta noite: o encontro com Jesus.

 Ontem de manhã, quando andava por aí para vivenciar um sonho ocorrido no momento do sono,  encontrei-me, por acaso, com a Clébia, ex-colega de faculdade de artes. Não entendo porque os desenhos dela não vêm a público. É tão expressiva! Ela me passou um jeito de quem estava procurando o seu caminho. Dúvida. Temos muito em comum, talvez por isso nutra a vontade de ser amigo dela, encontrar-me mais com ela. A partir de hoje ela  é mais uma que passa a acompanhar este meu fazer que é, MPMP, Metade Poético Metade Patológico, sei lá, meio artístico, meio anamnésico. Não me interessa chegar a uma definião, ou seja, saber se sou poesia ou doença. É  minha obra. A seguir, o diálogo que travamos no terminal da Praça da Bíblia.
Eu: oi Clébia, como vai você.
Ela ( com olhar perdido): bem. Você está indo pra onde?
Eu: eu estou vindo de um sonho. É que nesta dormindo tive um sonho que me provocou um bem estar incrível. Não sei como narrar o tal bem estar. Não há como. No sonho, eu estava na Rua 8. A cidade estava ciente da presença  de Cristo aqui. Ele estaria na rua 8 esquina com a rua 5. Corri pra lá. Na minha cabeça, eu encontraria um mendigo de cabelos grisalhos e mal vestido. Tudo bem, como o tal mendigo seria Deus... Ao chegar ao local, a Rua 8 esquina com a 5, ele estava ali. Nós nos cumprimentamos e ele disse-me: “eu estava de esperando. Como você veio, então amanhã é feriado. Amanhã é meu dia. No sonho, aquele dia, no calendário gregoriano, era 30 de abril. Então o tal feriado decretado como sendo o dia dele, seria o dia 1º de maio.”  Engraçado, Clébia, ele não conduzia malas, nem sacolas, mochilas, nada. A única coisa que ele conduzia com ele era o infinito ao seu lado. É que olhei perto dele para ver o que Cristo carregava e vi apenas um objeto de madeira em forma de oito. O objeto possuía, aproximadamente, as seguintes dimensões: 12 cm de altura por 6 de diâmetro. Como o formato era o de uma ampulheta_8, o meio do objeto era fino, ou seja, na parte que unia as partes superior e inferior, o diâmetro era, de no máximo, 2,5 cm. Mas o que mais chamou a atenção foi a aquela presença estranha. O nome que poderia definir aquela figura seria “presença.”  Quando ele me olhou fiquei com vergonha diante de presença tão enobrecedora. Ele me olhou nos olhos. É difícil narrar. Deveria haver uma máquina de gravar sonho, pois não tenho a menor dúvida de que se as pessoas pudessem vivenciar o mesmo que vivenciei, sem a menor sombra de dúvida, ela acordariam com a sensação de que, de fato, aquele seria Cristo. Engraçado, quando esperei deparar-me com um mendigo, pois foi assim que eu o tinha visto pela última vez, vi que ele estava mais jovem. Os cabelos dele era da cor de mel, ou seja, não eram loiros, nem negros. Chamou-me a atenção a sua juventude no olhar, nos gestos, no agradecimento por eu ter ido ao seu encontro. Enfim, deparei-me com uma pessoa que, apesar de humano, era de uma presença que, até então, eu não sabia. Naquele momento, ainda no sonho, sair correndo em direção a avenida Tocantins onde havia uma sala de internet para relatar aos meus interlocutores aquele momento ímpar. Ao acordar, quis vivenciar aquilo que eu havia vivenciado no sonho daquela noite. Por isso estou aqui agora. Estou vindo da rua 8. Cheguei ao local visualizado no sonho. Ao chegar, não vi nada que pudesse me chamar a atenção, enfim, nenhum sinal, nenhum vestígio. Ocorre que, ao insisti, as coisas visualizadas no sonho foram aparecendo. Havia um 8 escrito no chão, no exato local do encontro ocorrido no sonho. Quis mais. Andei um pouco e deparei-me com uma árvore barroca_torta_disforme. Engraçado, os braços_galhos da árvore formam um 8. Arranquei um pedaço da árvore e vi que suas folhas exalavam um perfume gostoso. Saí com  os pedaços da árvores perguntado aos transeuntes o nome daquela árvore. A primeira pessoa a dirigir-me foi a uma mulher de nome Ruth, dona da lanchonete, em frente a árvore, onde entrei para tomar café. Só que ela, além foi tão grosseira ao me responder. Tive a impressão que, na cabeça dela, eu fosse um louco, destes por aí, que se suprem seu vazio afetivo_existencial com santinhos de religiões ou flores colhidas , objetos com os quais eles vivem abraçados. Não é este o meu caso, até mesmo porque, pelo menos em termos de relações de  amizade, namoro, trabalho, etc, estou mais do que suprido_feliz. Deixa isso pra lá, Clébia. Então, estou aqui em continuidade ao sonho desta noite. Depois de nos cumprimentarmos com as mãos e sentir a presença daquele ser divino, ao acordar, saí para vivenciar o sonho. Desenhei a árvore que me chamou a atenção. ( Mosto o desenho para ela.). Estes são os galhos. Ultimamente é este meu trabalho expressivo. Gostaria que em cada lugarejo existisse o Poder Curador no lugar do Judiciário, a fim de que as pessoas fossem curadas ao invés de trancafiadas, às vezes torturadas. Se houvesse esta instituição chamada Poder Curador, cada vivente se expressaria para tal poder. Com o tempo, suas obras viriam à tona, seja na área da música, da pintura, do desenho, qualquer área. Isto não ocorre na nossa realidade. Muita gente que realiza desenhos interessantes no interior dos hospícios têm seus suas obras rasgadas, jogadas no lixo, até mesmo porque os médicos não estão preparados para lidar com ananmeses enquanto cultura, o que é muito lamentável. Por isso nós nos deparamos o tempo todo com este lixo aí, que chamam cultura. Não é cultura coisíssima nenhuma. É pura engananção, o interesse não é por cultura mas por dinheiro.     Não quero fazer este tipo de arte. Por isso faço isso no meu pouco tempo que me resta, uma vez que uma grande parte do meu tempo é usado para outra coisa, a luta pela sobrevivência.       

Vi Jesus, spin deus, humano

Momento 2: momento “eu fazedor”.  Relato da forma. O que fiz?

Abra o arquivo e veja o desenho da árvore do infinito ( a do sonho relatado no momento anterior, que fica na rua 8 com a 5, em frente ao bar da dona Ruth.), que desenhei como forma de vivenciar o sonho em que, no dia 30 de abril, encontrei-me com Jesus que decretou, como sendo o dia 1º de maio, feriado decretado face ao seu retorno. Estando nós no dia 30 de abril, ele disse “amanhã é feriado.” Ao dizer isto, ele não estava se referindo ao fato de que, na realidade comum, o 1º de maio é de fato feriado. Nada disso. Ele se referiu ao fato de que o 1º de maio seria feriado face àquele encontro.
Num outro arquivo, você verá uma imagem da árvore. Trata-se de um pequeno galho, que escaneeei e estou lhe enviando, ok?


Momento 3: momento “eu cognitivo.” Este momento é reservado ao conhecimento. O que apre(e)ndi_depreendi disso, desta experiência?

Não é usual aprendermos com a experiência do outro. Por isso não nutro a ilusão de que isto poderá lhe ensinar. Se você for uma porta aberta, talvez aprenda. Onde estou neste momento? No interior da minha casa, na Rua 233, n. 161, ed. 1º de maio, apt. 704, Setor Universitário, Goiânia- Rio Meia Ponte. No momento, o meu amigo, o Hortêncio do Carmo Neto, está na cozinha, acho que lavando suas roupas. Apesar de sermos amigos, estou convicto de que não precisamos ser dependentes um do outro. Quando isto ocorre, terminamos brigando, pois preciso de ficar a sós. Somos amigos desde pequenos. Nada de sexo pelo meio. Nunca houve, jamais haverá. Só amizade. O protecionismo dele sobre a minha pessoa chega a me incomodar e, por isso, muitas vezes estivemos prestes a nos tornarmos inimigos. A profissão dele é de tenente da polícia militar. Ele sofre muito por estar nesta profissão. A pressão sobre o Hortêncio, que tem traços afeminados, é muito grande. Apesar de os militares pegarem no pé dele por ser gay, ele tem caso com, pelo menos, três daqueles militares. No momento vou conversar com ele, assim meio disfarçado, pois ele não pode nem sonhar que estou escrevendo isto sobre ele.
Eu ( levanto-me e dirijo-me à área de serviço onde ele lava roupa no tanque): Acho tão ruim trabalha com muita gente. Onde tu trabalha são quantas pessoas.
Ele: naquela região, que engloba várias cidades, como Arraias, Paraná, Taguatinga... são 136 militares. Em Arraias, onde é o quartel e onde trabalho, são 70 homens.
(Eu: sem comentar, apenas penso. Engraçado... gosto tanto deste número 70!)
(A este respeito, ouça-veja  Napoleão, música gravada_interpretada por Ney Matogrosso & Pedro Luis e a Parede, no CD-DVD “Vagabundo.”)




Fragmento 1_70
Princípio_fim

Ao chegar ao 70_70, fim_princípio, edite este livro grafando
Autor: José Carlos Lima
Título: DEISCÊNCIA
Princípio_fim: No calendário D*, os meses do ano são Marte (07/01 a 20/03, 73 dias; 74 em ano bissexto), Júpiter (21/03 a 01/06, 73 dias ), Saturno (02/06 a 13/08, 73 dias), Urano (14/08 a 25/10, 73 dias ) e Netuno (26/10 a 06/01, 73 dias). Porta aberta: "(...)jose carlos lima>>>>>>artista que beijou a face da morte e vomitou>>>>>artista que os olhos segaram-ce para obaluaiê." (Alexandre Pereira, artista).